Certamente que esta foi uma das minhas maiores aventuras. A participação num evento que me despertou enumeras sensações e emoções e que não será esquecido nunca.
Começando pelo principio, porque tudo começa em algum lado, desde a publicação do evento que o tinha debaixo de olho. Não por pensar em participar, porque nunca pensei puder fazê-lo, mas por mera curiosidade... ver o que iria acontecer, os geocachers que iriam participar, as atividades planeadas...
E foi de um momento para o outro que surgiu o interesse em participar no evento, quer pelas pessoas que iam participar, quer pelo programa muito apelativo.
Com as coisas traçadas, lá consegui ter quase garantida a minha participação no evento.
Mas faltava o quase...
Como o objetivo agora tinha passado de um mero pensamento a uma grande certeza, estipulei como tal, a participação na integra no evento, ou seja, os 3 dias que estavam no programa. Desde sexta (14-Ago-15) às 17h00 até Domingo (16-Ago-15) às 17h00.
O programa prometia, e com os owners que eram, não poderia ser de outra forma.
Com tudo planeado, foi nos últimos momentos que consegui ter a certeza de que finalmente poderia estar presente neste tão aguardado evento.
Munido de Tenda, Saco-cama, roupa, bicicleta e afins, eram por volta das 16h00 de sexta-feira quando a minha boleia chegou, o Delta300 era o meu passaport para a aventura.
Tudo a postos, partimos em direção à Venda do Pinheiro...
Foram 28 km's que passaram rápido, não esperava que a viagem fosse tão curta...e lá estávamos nós, a passar nas portagens rumo à "sede" do Team GeocacherZone.
Foi por isso, com orgulho e alegria que esperei, em frente ao portão da propriedade do Nuno e da Xana, que o pequeno Nuninho nos viesse abrir o portão.
Depois de estacionado o carro e cumprimentados os únicos presentes no Evento, que por enquanto eram apenas os owners., foi nos indicado o local onde iríamos pernoitar, o local onde poderíamos montar as nossas tendas. Retirámos a carga e bagagem do carro e levámos para os respetivos locais para começarmos a elevar os nossos pequenos futuros abrigos.
Como não precisei de mais, e como era a primeira vez a acampar sozinho, levei a tenda dos meus avós, com o aquele formato clássico. Enquanto montava a minha, lá observava o Delta300 com a sua tenda moderna e de montagem rápida.
Ao fim de uns bons largos minutos, lá consegui montar a minha e deixá-la bem segura. Era ali que iria ficar nas 48horas seguintes.
Já com tudo pronto e arrumado, partimos para Alcainça para ir buscar a bicicleta de um amigo, geocacher também, e que iria participar como nós, no evento-convívio.
Foi aí que, com grande prazer que revi todos os elementos da VcamochoTeam, todos geocachers e amigos.
Depois de todos cumprimentados, regressámos à Venda do Pinheiro, mas antes, com uma pequena paragem no Pingo Doce para umas compras para o Jantar.
Com tudo feito, lá voltámos para o local do Evento.
Depois de ajudar a guardar as coisas para o jantar, tive tempo para assinar o logbook e tirar uma fotografia na passadeira vermelhas com vista para as estrelas...
Aos poucos e poucos foi chegando mais pessoal, umas caras novas, que não conhecia, outras que recordava de outros eventos...
E foi assim que o tempo passou a voar, em convívio, de forma que, para cumprir o programa, às 18h30 começou a Prova Saloia... uma espécie de entradas, para aconchegar o estômago antes do Jantar, queijos, chouriços, pão e batatas fritas...
Como não seria de esperar, só aquelas horas inicias de convívio estavam a ser espetaculares e a valer a presença.
O Jantar Convívio veio a seguir, e para animar, no fim deste, todos ficámos satisfeitos com os Pijamas, uma palavra que escondia o que aí vinha... as SOBREMESAS.
Terminada a refeição, foi hora de despedir de alguns e de partir para a atividade que aí vinha. Com o chefe na frente, organizador do evento e lider da Team GeocacherZone, o grupo que decidiu participar na Atividade Orientas-te??? , recebeu a informação transmitida pelo Nuno.
Nós iríamos progredir na estrada, procurando os sinais deixados em vários locais estratégicos, postes, passeio, estrada... para podermos chegar ao objetivo( desconhecido até então, mas que alguém já tinha dado um palpite), o Nuno e outro Geocacher Jodumar irião cortar caminho.
Partimos então em busca dos logótipos verdes do geocaching pintados na pedra, de lanternas na mão e frontais na cabeça... Após alguma procura e também, algumas caches pelo caminho, lá chegámos a uma rua onde, como que a esconder se, avistámos o Nuno, o Jodumar e a Xana no carro.
Neste momento, recebemos mais informações para atingirmos o objetivo, (que ainda não tinha sido revelado)...que perceberíamos onde era quando observássemos luzes a piscar.
Mais uma vez, nós seguimos caminho e os outros atalharam.
Passo a passo, ia me apercebendo da vegetação em redor, estávamos já na serra e como alguém tinha palpitado, de certeza que estávamos a caminho do VG(Vértice Geodésico) da Atalaia.
Seguindo os refletores que nos tinham indicado, fazendo alguma caches pelo caminho e comendo algumas amoras que apareciam nas silvas, finalmente avistámos as luzes intermitentes da lanterna do Nuno, lá no topo.
Após uma subida, chegámos ao ponto mais elevado do dia. Estávamos no VG da Atalaia. Uma vista fantástica, onde se podia ver a Ponte Vasco da Gama, Sintra, algo de fantástico, ainda para mais à noite.
O Nuno esperava-nos com uma grande caixa de bolos e bolachas, e ainda café, para fazermos o caminho de regresso bem acordados.
Enquanto comíamos e apreciava mos aquele momento único, tínhamos como musica de fundo uma tocada pelo Quim Barreiros, algures de uma festa nas redondezas, mas que ecoava pela serra.
Já com as energias repostas, foi com necessidade, mas com desgosto de abandonar aquele local, que partimos de regresso a casa.
O trilho de volta ao nosso local de repouso foi agradável até porque, em convívio, as coisas tornam-se diferentes e mais divertidas.
A chegada às tendas ficou registada às 2h00 de sábado, hora de cada um ir para seus aposentos.
Era a primeira vez que iria dormir "sozinho" numa tenda, e não sei se por causa disso se também pelo vento que se fazia sentir no exterior da tenda, o meu consciente não me permitiu dormir descansado... Eram 3:30 da manhã quando finalmente consegui pregar olho.
6h00 foi a hora a que acordei no dia seguinte. Apercebendo me de tal, acabei por deixar me dormir mais 1h30.
Ás 7h30 levantei-me para fazer a minha higiene matinal e para ir tomar o pequeno almoço.
Com o reforço calórico tomado, dirigi-me de novo há tenda, depois de um "Bom dia" a todos os que nas tendas passaram a noite, para arrumar o saco-cama e preparar a mochila para o que aí vinha.
Entretanto, mais pessoal ia chegando, inclusive a Miriam. que tinha indicado participar Sábado e Domingo no evento.
Mais uma vez, depois de tudo pronto e depois do Nuno ter passado as caches e os tracks que iríamos fazer no dia e no dia seguinte, para os GPS's, partimos para Santo Estêvão para começar a caminhada.
No local de partida esperavam nos mais pessoas, amigas, geocachers, para fazer a caminhada.
Depois de um compasso de espera por uns que vinham mais atrasados, lá se partiu caminho fora.
Não estava um dia mau para geocaching em modo caminhada, porque o sol que havia, que não era muito, passava despercebido o tão entretidos que todos nós estávamos, quer na conversa e no convivo, quer a procurar as caches.
Longos trilhos percorremos, de vez em quando recorrendo às amoras, esse fruto silvestre, para nos adocicar a boca, com vistas agradáveis, por caminhos agrícolas e moinhos, que outrora ajudavam na moagem dos cereais...
Muitos km's e caches depois, chegámos finalmente a meio do percurso, numa terra chamada de Funchal, onde tinhamos um carro de apoio à nossa espera com mantimentos para nos repor as energias.
Passados alguns minutos, quando todos já se sentiam em condições para partir, lá começamos a nossa marcha em direção às caches seguintes.
A primeira a seguir à paragem foi uma surpresa para todos.
O Nuno ligou para o Azi mute, geocacher assiduo a este tipo de eventos, mas que por ser owner dum evento nos Açores, não pode estar presente.
Assim, foi feita ligação direta entre dois eventos do mesmo tipo, com apenas 1 hora de diferença, enquanto se logava uma cache.
Cumprimentos e assuntos tratados, a caminhada tinha de prosseguir.
Entre histórias e conversas, muitos passos ficaram para trás, e quando demos por nós já estávamos de regresso a Santo Estêvão.
Cansados, lá chegámos aos carros, 57 caches depois.
De regresso à propriedade que albergava o evento, sentamos nos para almoçar, todos como uma grande família, uma família de geocachers.
Na mesa nada faltou, carne, batatas, salada, vinho, cerveja, queijo, sumo... tudo para podermos repor tudo o que gastámos nos 16 km de caminhada.
Depois de já termos satisfeito as barrigas, partimos para a atividade seguinte: Batalha Naval.
Mas este Batalha Naval era diferente. Uma Batalha Naval humana em que as munições foram substituídas por balões de àgua.
Em primeiro uma batalha mista, mas de seguida uma batalha que opunha elementos do sexo masculino contra outros do sexo feminino, Homens vs Mulheres.
Não posso deixar de referir que a Guerra não acabou nada bem... quase todos os elementos sairam molhados.
Para ocupar a tarde deste dia haviam planeadas mais duas atividades, que, por falta de material não se puderam realizar.
Assim sendo, nas 4horas que faltavam para o Jantar, aproveitei com a Miriam. para fazermos umas caches na zona, Malveira e Venda do Pinheiro.
Começámos com as caches perto e de seguida viajámos até à Malveira, onde 3 caches tiveram de ser registadas com um DNF(Did Not Found).
Em geral foram todas caches com qualidade acima da média, quer pelo container, quer pelo local, quer pela aventura que tivemos até ela.
De regresso ao armazém do Nuno, ainda tentámos fazer uma das caches dele, uma wherigo, mas, devido a problemas técnicos, isso não foi possivel.
Já com todos prontos para jantar, antecipei-me à Miriam e, num instante tomei um duche... e regressei para a mesa.
Já na mesa o jantar foi bifinhos na brasa, algo que apreciei bastante, acompanhado com batata frita e salada.
A noite foi passada assim há mesa, e há altura de passar para a sobremesa, chegou um homem para nos contar as histórias e origens da Venda do Pinheiro "Venda do Pinheiro - Histórias de uma aldeia"
A ceia foi passada a contar histórias, a conhecer a cultura e a entender tradições, e foi com pena que o convivio teve de acabar.
Era hora de ir dormir, o dia seguinte ía ser cansativo e tinhamos de descansar bem, para acordar com energia para enfrentar 20 km de BTT.
Com tudo arrumado na tenda e já deitado, desta vez, acabei por adormecer rapidamente.
A minha segunda e ultima noite na Tenda foi ÓTIMA.
No dia seguinte, Domingo de manhã, apeai às 7h30, horas a que, mais uma vez, fiz a minha higiene e fui tomar o pequeno-almoço.
Foi apenas preciso esperar até às 8h00 para que todos se tivessem levantado.
Passada meia hora estavam todos prontos com as suas bicicletas para enfrentar os duros trilhos que viriam.
Em simultâneo, estava prevista a realização de uma caminhada, que, devido ao número reduzido de participantes, não se realizou.
Com todos os dorsais colocados nas respetivas bicicletas, fez se soar o tiro de partida. O BTT tinha começado.
O começo foi debaixo de chuva, onde ainda deu para molhar um pouco a camisola e calções, mas, alguns km's depois o Sol começou a aparecer e imperou até ao fim do dia.
Entre trilhos de densa vegetação, silvas e cardos, entre trilhos largo de terra batida e pedras, as bicicletas passaram por tudo o que era sitio.
Com mais subidas que descidas, houve locais onde era impossível de pedalar e a bicicleta teve de ser levada à mão.
Ao fim da nonagésima nona subida, lá bem no alto de Montemuro, esperava por nós o carro de apoio com pão com chouriço para comermos.
Enquanto muitos recuperavam o fôlego, outros fizeram uma cache colocada precisamente no meio das silvas. Sem caminho visível, ou caminho algum, para aceder à cache, teria se de andar sobre as silvas.
Dois corajosos lá o fizeram e ao fim de alguns minutos de gritos de dor, lá a encontraram.
De volta para junto do grupo que se tinha acabado de fortalecer, pusémo nos de volta ao trilho.
O que nos valeu é que era tudo a descer, ou não.
Uma das nossas ciclistas, com uma bicicleta inglesa, ou seja, travões invertidos... , decidiu ir povar o sabor a silvas bem de perto. Teve sorte e só saiu de lá com uns arranhões.
Alguns minutos para a socorrer e voltámos a pedalar.
Continuámos sempre a subir, aproveitando a quantidade e qualidade de amoras que existia.
Mesmo a pedalar e cansados, foi um ótimo convívio e percurso.
E por fim, lá chegámos de volta a casa. Pelo caminho, ainda houve tempo para se partir e consertar num minuto a corrente de uma bicicleta.
Com isto tudo era hora de almoçar... um peixinho grelhado e o resto do comer do dia anterior. Foi mais um almoço muito bem passado.
As pessoas a pouco e pouco iam embora e nós, mais um pouco teríamos de fazer o mesmo.
Fomo desmontar as tendas e arrumar as nossas coisas... as 17h00, hora de término do evento estava a chegar.
Antes de nos despedirmos e de partirmos rumo à nossa verdadeira casa, ainda fomos a Alcainça levar a bicicleta ao nosso amigo.
Há vinda ainda fizémos uma cache.
Chegados de novo ao local onde tudo tinha começado, despedimos nos das pessoas e preparámos tudo para partir.
E foi assim, com tristeza que fui obrigado a partir. Tive de me ir embora e deixar uma verdadeira familia para trás, um lugar muito querido e acolhedor....
Por todos os momentos e sensações que vivi nestes 3 dias, um obrigado ao Nuno e à Xana. Obrigado, e agradeço por todos, Obrigado por nos terem acolhido, obrigado por nos terem partilhado o vosso teto, a vossa àgua, obrigado por nos tornarem melhores graças ao convívio que nos permitem. Obrigado por fazerem do geocaching um bom geocaching.
E obrigada por serem vocês próprios.
Muito Obrigado Nuno e Xana
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